Seja feliz meu filho!

Filho,

Entre o diminuir da luz e o som ambiente escrevo-lhe esta carta, por isso peço que não note minha má ortografia.
Eu sei que você talvez não me entende, mas foi assim que me criaram. Toda minha geração foi caracterizada por homens fortes, machistas, preconceituosos. Eu mesmo, não gostava da forma que mei pai tratava minha mãe, porém aprendi a aceitar, e por isso me tornei este homem tão rude e ignorante. E ao saber tudo aquilo de forma tão rápida, foi como se me jogassem um balde de água fria e me expossem para o mundo inteiro. Acreditei ter sido um péssimo pai, um péssimo “edificador de caráter”, como se não lhe tivesse dado os devidos exemplos a se seguir.
Ontem, ao passar pelo corredor do seu quarto, ouvi-o chorar, e a verdade me atingiu como um tapa: “O que eu estava fazendo com você?” Foi o que me levou a ficar hoje o dia inteiro neste bar. Sinto vergonha do meu preconceito e das palavras grosseiras que tanto te fez chorar. Quero pedir perdão por todas as vezes que expulsei seus amigos de nossa casa, e pelas vezes que neguei ser teu pai.
Quero que, independente do que penso, assuma quem és. Se é mesmo isso que quer, pode sim trazer seu companheiro para conhecermos, tua sexualidade não mais interferirá no amor que sinto por você. Ter um filho homossexual não é o que todo pai quer, mas independente do que a sociedade vai pensar, você é meu filho e tem minha benção. E ponto. Sua felicidade é tudo o que mais desejo.
E agora, finalizo esta carta, o bar está quase fechando, a luz já não ajuda e as lágrimas embaçam meus olhos e me atrapalharem na escrita. A partir de hoje, desejo que toda e qualquer barreira que há entre nós seja derrubada. Meu filho, só quero que seja feliz! Eu te amo.

De seu pai.

Carta escrita para a 61º Edição Cartas do Bloínquês.



Amor ou Reputação?

Olha para o relógio enquanto o sol reflete nas folhas brancas do caderno, doendo-lhe as vistas. Vira novamente o rosto e lá estava ele, vindo em sua direção, com um sorriso singelo nos lábios e o óculos quadrado,que sempre lhe deixava tão atraente. Ela tenta recuar os pensamentos, e uma vontade de contrariar seus planos reaparece em meio aos destroços, porém já tarde. Tenta disfarçar o tristeza aparente com um sorriso torto, daqueles que se entende “está tudo muito bem”. Ele senta-se ao lado dela.
  • Eu não posso mais suportar estes encontros as escondidas no colégio Marina. - sorri Pedro, enquanto vai abraçá-la, sendo levemente rejeitado.
  • E o clube de xadrez? Tem tido muitas vitórias ultimamente?
  • Não, Gerson descobriu minhas outras táticas, depois que você disse lhe minha principal. - diz entre risos.
  • Ah, me desculpe, mas não era muito difícil também de descobrir... - devolve-lhe o sorriso.
  • Não, não era... - abaixa os olhos enquanto parece viajar em pensamentos. - Você queria falar comigo?
Ela sente um nó travar-lhe a garganta, finalmente havia chegado o momento que ela sempre planejara, e agora que enfim chegou, teme. Teme a reação de Pedro, seu desabafo egoísta, as lágrimas.
  • É... eu nem ao menos sei como dizer.
  • Simples, liberte o que há, a verdade é o que mais valorizo em ti. - teus olhos a prende. Aquela frase dele sempre a encurralava. O que faria agora? Nem mesmo ela sabia.
  • Eu... vou entrar pra companhia de teatro municipal.
  • Ah, que ótima notícia Marina. Fico imensamente feliz. Quando serão os ensaios? - Ele toca os joelhos dela – É, porque preciso ir vê-la, conhece meu senso critico.
  • Verdade... mas, não é só isso, eu... quer dizer, nós... - e em uma rápida tentativa de terminar aquela conversa logo, falha.
    Permanecem sem compreender um ao outro, em um silêncio reciproco.
  • Está ruim assim, e, toda esta diferença... - diz Marina, a espera de uma reação triste de Pedro.
  • Eu sei, mas é você quem quer assim, por mim seria tudo as claras. - ele coloca seus braços ao redor dela.
  • Pedro, não é isso...nós... eu quero terminar. - e ele, finalmente a encara. O sino bate. Pedro lentamente se afasta de Marina.
  • Eu não estou entendendo...
    Ela tenta ser rude, mas falha novamente. Aquele olhar pequeno por trás dos óculos quadrados desarma-a.
  • É... por causa... por causa das suas amigas não é? Você coloca a opinião delas e de todos diante qualquer coisa na sua vida... eu devia imaginar. - diz meio a soluçar, enquanto as lágrimas embaçam seu óculos.
E em uma difícil despedida, Marina toca pela última vez teus lábios no rosto de Pedro. Ele se levanta, respiração forte, ela vê o se afastar a passos largos, e antes de virar o corredor estreito, olha-a novamente, com os olhos a transbordarem a tristeza que teu peito apertava.
Marina encaminha-se pela mesma saída daquele beco, atrás de todas as salas vazias. Nem mesmo continuar na aula queria, pois sabia que ao final Pedro a procuraria, e ela não saberia o que faria, talvez desistisse diante sua fraca perspectiva de levar aquele fim adiante. Ao passar então pelo mesmo caminho de Pedro, avista o papel rabiscado semelhante as folhas do caderno “Clark Kent” dele. Abaixa-se curiosa, como quem já sabe oque irá encontrar, lê. Teus olhos se chocam com as palavras tímidas ali escrita.

"Me sinto muito feliz por você estar dando uma chance a este sentimento. Você é bem diferente do que todos dizem. Só precisa me provar agora que me leva a sério, quer namorar comigo?"
Pedro

Amassou o papel e os seus olhos se encheram de lágrimas derramando o que ela temia. Havia o sentimento, sim. Terminou para evitar conversas paralelas de seus amigos. Mas o que valeu mais: reputação ou o amor? E um arrependimento lhe fez doer o peito quando a segunda opção passou como um “flash back” de recordações. Havia perdido quem te amava tanto.

Conto escrito para a 85º Edição Conto/história do Bloínquês. Não sei se ficou muito bom, mas estamos aí na concorrência. Beijos.
Nota: 9,33 

Marry Me?


Ter conhecido-a, considero a mais linda dádiva que já recebi em toda minha vida. Teus olhos estreitos e toda sua beleza escondida por trás daqueles óculos foram de encontro aos meus sentimentos, fazendo desparar o coração cansado que havia dentro de mim. Desde aí, meus olhos e pensamentos não mais saíram de você. Durante todo o tempo que levei conhecendo-a, percebi o quanto doce e singela é. O interesse e a ânsia em descobrir mais e mais de ti se tornou vício que diariamente eu saciava a cada intervalo da universidade. Até que no dia doze de outubro, concebeu-me o direito de te namorar. Aquele foi apenas mais um passo para o meu tão sonhado presente. Confesso que não consigo imaginar-me mais sem ti, e sofro só de pensar se em um dia você me deixar, acho que meus olhos cessariam as lágrimas e meu coração faleceria por falta de impulsos elétricos, dos quais só tenho com você. E para firmar todo este amor que em mim habita, não vejo outro maneira que não seja laçar-nos diante Deus e os mortais. Gostaria que levasse em conta todo o sentimento que domina meu peito e faz disparar o coração, que todos sabem que és teu. E para fazer jus ao destino que um dia nos uniu e a todos os anos de namoro, peço-lhe: 
Quer casar comigo? 


Edição escrita para o 60º Edição Cartas do Bloínquês.
Nota: 9,9 
Ao som de Marry me  do cantor Train 

Te Voy a Amar



É pouco dizer, que daria a vida por seu amor e ainda mais. É pouco dizer, que você é minha luz, meu céu, minha outra metade. Já não me alcançam as palavras não, para explicar o que eu sinto e tudo o que você está me causando, o branco e preto se tornam cor e tudo é doce quando está em sua voz e se vêm de você.
Eu vou te amar e fazer você se sentir cada dia eu volto a te eleger, porque você me da seu amor sem medida, eu quero viver a vida inteira com você.

É pouco dizer, que sou eu quem te cuida como anjo guardião. é pouco dizer, que em um beijo seu sempre encontro minha paz. Já não me alcançam as palavras não, para explicar o que eu sinto e tudo o que você está me causando, o branco e preto se tornam cor e tudo é doce quando está em sua voz e se vêm de você.
Eu vou te amar e fazer você se sentir cada dia eu volto a te eleger, porque você me dá seu amor sem medida, eu quero viver a vida inteira com você. Viver, viver a vida inteira junto de você, porque você me da seu amor sem medida eu quero viver a vida inteira com você.
É pouco dizer, que em um beijo seu sempre encontro minha paz.



Tradução da música "Te Voy a Amar" do cantor "Axel Fernando". Abaixo o video da música. Assistam, é lindo *-*

Esta semana foi realmente um furacão na minha vida. E hoje, quis postar uma música que sempre me emociona. Espero que também gostem. Beijos.
- A minha voz, cansada e incompreendida, deixou de falar. Meus pés, calejados e descuidados, deixaram de correr. Meus olhos, lacrimejantes e ressecados, deixaram de brilhar. De minha boca, não ecooa mais clamor nenhum, e nem lágrimas tenho mais. Não atraio devida atenção, permaneço esquecido, portador de todas as doenças possíveis à espera do dia em que meu coração, cansado de bater, parar, no silêncio árduo da minha dor.


O clamor daqueles que sofrem permanecem, mesmo não nos dando conta.
A Africa sempre será uma triste realidade que acompanhará a humanidade.

Texto cheio de impacto para voltar à ativa. Não resisti, voltei! Porém será com menos frequência minhas postagens, mesmo assim, é muito bom estar de volta. Beijos.