Naquela chuva
incessante e fria
a passos largos que
atritavam com a rua,
caminhava na meia-fase
escura
enquanto o sol se põe
a favor da lua.
Gotas velozes
encharcavam seu corpo
enquanto o vento muda a
direção,
uma melodia constante
de calar os ardores
de lavar as impurezas
daquele cidadão.
Sim, ele também possui um
coração.
Senhor anônimo das
constantes interrogações
que passa diante os
olhos das multidões,
teu clamor tenho o dom
de ouvir,
teus planos e sonhos
abafados,
precisa de som, homem.
Eu sei que em algum
lugar
tu és reconhecido,
mas eu insisto,
precisa de voz senhor,
uma voz que possamos
ouvir e entender.
E eu sei, que possui
metas
de crescer e obter
reconhecimento,
mas que a chuva abafa,
que a penumbra torna incerta
e que emudece os
pensamentos daquele 'alguém'.
Tu tens coração, que
bate em meio ao anonimato,
que aperta as costelas
e faz correr o sangue,
sangue que até mesmo
em si é anônimo,
mas que movimenta os
passos largos
até sumir na neblina
da chuva.
Tens coração, e eu
posso ouvi-lo,
quando fecho os olhos e
me igualo a você.
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